II VOLUME - LOCAIS ONDE ESTEVE ESCONDIDO CUNHAL NOS ANOS QUARENTA
Cunhal viveu algum tempo em Vila do Conde, antes da prisão no Luso, em casa de António Simões, alfaiate e militante do PCP, de quem fui amigo, e que esteve preso com o Agostinho Neto (processo dos 58). Nesta casa chegaram também a estar partes de uma tipografia do Avante. O pitoresco da história é o seguinte:
Ao lado da casa do Simões havia um colégio religioso para raparigas, dirigido pela madre Botelho. Na esquina deste colégio, ou na da própria casa onde vivia o Simões, já não me lembro, havia umas «alminhas». A madre Botelho via o Cunhal sair de casa, o «primo» do Simões, com quem tinha trato cordial e que sabia herege, e via-o tirar o chapéu, inclinar-se perante as «alminhas» e benzer-se. E comentava para o Simões: «Ah, sr. Simões, que pena o senhor não ser como o seu primo, tão religioso!».
António Simões emigrou para o Canadá, onde já tinha um filho, nos anos 60, acossado pela polícia. Levou a mulher e mais dois filhos, e lá morreu depois do 25 de Abril. Está sepultado em Vila do Conde.
(João Paulo de Oliveira)
Ao lado da casa do Simões havia um colégio religioso para raparigas, dirigido pela madre Botelho. Na esquina deste colégio, ou na da própria casa onde vivia o Simões, já não me lembro, havia umas «alminhas». A madre Botelho via o Cunhal sair de casa, o «primo» do Simões, com quem tinha trato cordial e que sabia herege, e via-o tirar o chapéu, inclinar-se perante as «alminhas» e benzer-se. E comentava para o Simões: «Ah, sr. Simões, que pena o senhor não ser como o seu primo, tão religioso!».
António Simões emigrou para o Canadá, onde já tinha um filho, nos anos 60, acossado pela polícia. Levou a mulher e mais dois filhos, e lá morreu depois do 25 de Abril. Está sepultado em Vila do Conde.
(João Paulo de Oliveira)
0 Commentários:
Enviar um comentário
<< Home